terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O meu Direito ao disparate - parte 2

Segundo um mui antigo e sábio provérbio oriental.... o melhor momento para se bater num homem é... quando ele está no chão!! Urge aproveitar!
E, se vires que o gajo se está prestes a levantar, escolhe entre uma de duas hipóteses:
a) bate-lhe ainda com mais força
b) desata a correr antes que o gajo te apanhe

Creio mesmo que há uma expressão latina: batatis aproveitatis!

Mais uma vez, eu avisei que era o exercício do meu Direito ao disparate!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Feeling Good

I hunger for truth and kindness
So tired of lies and of cowardly people
Just glad to know that there is SO much more than that…

domingo, 8 de novembro de 2009

Tempest Sonata

Perco-me nestas ruas de um desassossego maior
Por aqui não há rostos familiares
Há apenas fantasmas que chamam ao longe
Dobro uma esquina atrás de outra
E sempre, mas sempre
A minha sombra chega lá primeiro
Ela chega sempre primeiro...
E por lá fica à minha espera
Mesmo quando já não há qualquer réstia de luz por estas ruas


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Still thinking outside of the box...



Reflexos? Percepções? Realidades fluídas que se transmutam? Interpretações mais ou menos conscientes? Associações? Dicotomias? Delírios?
Talvez seja um pouco de tudo isso e, simultaneamente, nada de nenhum…
Só sei que me faz todo o sentido… e isso, vá-se lá perceber, chega-me!

domingo, 25 de outubro de 2009

Mini crónica sobre a inSÓnia

De acordo com estudos recentes, 6 em cada 10 Portugueses sofrem de insónias esporádicas. Pior ainda, 2 em cada 10 sofre de insónias recorrentes. Estes resultados não causam grande surpresa, aliás, estão em sintonia com outros números nacionais como sejam a produtividade nacional ou certos resultados eleitorais.

As insónias são, pois, um mal nacional, um verdadeiro vírus em constante propagação. Falando por experiência própria, sempre associei a insónia ao silêncio. Não a um silêncio pacífico ou desejado, nem tão pouco aqueles silêncios cúmplices e partilhados com uma peculiar familiaridade. Aqui, na insónia, não há um silêncio tranquilo mas antes uma solidão sufocante, um autêntico desassossego no vazio.

E, é nesse vazio, nesse aperto da ausência de sono, que surgem tantas vezes ideias novas, como que salpicadas pela inquietude típica de quem não consegue dormir. As insónias são fontes de criatividade, rasgos de génio ou, na maioria dos casos, meros delírios e inquietações em cadeia, uns após outros, numa sucessão infindável de turbulências.

A pergunta é inevitável, onde nos podemos esconder quando até o sono nos foge?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Shadows

Por um instante, por uma fracção de tempo
Vi os contornos da uma verdadeira alma
Fechei os olhos por um segundo
Para respirar, ou para descansar,
Ou, talvez, apenas para ter a certeza de que estava realmente acordada
E, quando os voltei a abrir, já lá não estava…
Era um outro alguém em seu lugar
Pouco, ou nada, restava do que tinha visto.


A vida está cheia de lições, de recados, de sinais… chamem-lhe o que quiserem!
Tento ter a capacidade de os ver e, sobretudo, saber ler… tento ter a humildade para os aceitar, mas, nem sempre é fácil.

Hoje encontrei um semblante sereno, daqueles raros que só se encontram a cada mão cheia de anos. Os semblantes serenos fascinam-me, simplesmente fascinam-me.
Aquela quietude segura que algumas almas raras carregam impressa no rosto tem qualquer coisa de mágico. Talvez seja por eu própria, do alto da minha mente cheia de turbulências – como tão bem hoje lhe chamaram – buscar essa tranquilidade maior, essa quietude segura e confiante de quem sabe respirar uma serenidade vinda de dentro.

Ao ter dobrado mais um aniversário há uma realização humilde e discreta que me faz esboçar um quase sorriso: getting closer one step at a time… estou longe, muito longe, dessa serenidade, mas é bom ver que pelo menos vou caminhando na sua direcção.


Mas que digo eu… é melhor calar-me e encontrar palavras melhores:

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Mea Culpa

Constatei hoje que tenho sido uma "blogueira" mal educada e não tenho cumprido com a boa educação de responder aos comentários. Coisas de novata! Aqui fica o mea culpa público, por ordem alfabética para não ferir susceptibilidades :), a ti David, Mana Velha, Maria, Paulo, Rute e Sofia.
E de seguida vão "levar" com os reply atrasados!!!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os equívocos da linguagem…

As palavras não são inequívocas, a linguagem é fonte de mal entendidos e de enganos…
Talvez, como alguém tão estupendamente bem escreveu, devêssemos conversar com quem esqueceu as palavras…

Talvez devêssemos rasgar as palavras e encontrar formas menos dúbias de comunicar….

Porque nada nos diz “estou a teu lado” como um abraço bem apertado de um Amigo; nada nos diz “gosto de ti” como um olhar peculiar; nada nos diz “deixa-me entrar” como um certo toque de uma mão na outra…

Está decicido...
Depois dos abraços desfeitos...
Rasguemos as palavras!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Wormhole – Um “atalho” através do espaço e do tempo


Hoje, numa brochura de uma mui conhecida superfície comercial, leio: novidades natalícias!
Natalícias? Mas está tudo doido? Hoje é dia 29 de Setembro e já estão a vender artigos de Natal???
Definitivamente tenho que encontrar um wormhole que me permita sair por volta do dia 15 de Outubro e voltar lá para 3 ou 4 de Janeiro! De contrário, posso sempre hibernar!!!

domingo, 27 de setembro de 2009

True Colors - Blue with a touch of grey

Há um mar cujo azul cativa, não pela sua beleza óbvia mas por um brilho maior, por uma intensidade que vai mais além, que toca e fascina. E, quando pincelado com um toque de cinzento, trespassa-nos, trespassa o comum, e atinge a singularidade, tal qual em Saint-Exupéry.

É certo que estamos quase em Outubro… mas dá vontade de mergulhar!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O meu Direito ao disparate

Hoje vi no Jornal i um artigo a propósito da legislação que estabelece uma tabela, ainda que apenas orientadora, de valores a pagar em caso de indemnização por morte.
Até aqui tudo bem…muitas considerações jurídicas poderiam ser feitas mas não é este o tempo nem o lugar para as mesmas. O que interessa é que com isto veio uma outra noticia à minha memória: a de senhora que obteve uma indemnização de 50 mil Euros por o marido ter ficado impotente após um acidente de viação. Ora o sujeito em causa tinha, na altura do acidente, 29 anos… se tivesse morrido e fosse hoje aplicada a tabela o valor da indemnização seria até 51.300 Euros…
Vejamos, “é fazer as contas”, como diria o outro, se 50 mil são pela impotência os restantes 1.300 euros são o que vale um homem sem poder utilizar o dito…??? Não sei, a matemática não é o meu forte!

E já agora… se um marido ficar “impotente” apenas perante a sua própria mulher, porque decide guardar a sua “potência” em exclusivo para a vizinha jeitosa do 2º Esquerdo, será que a mulher também lhe pode pedir uma indemnização????

E, por último, este sim o verdadeiro desafio jurídico, se o marido ficar impotente porque não consegue recuperar da tristeza de não ver o Benfica ganhar um campeonato desde 2004 pede-se indemnização a quem??? Ao Luis Filipe Vieira? É razão para dizer Quid Iuris?

Enfim eu avisei logo no título do post que era o exercício do meu Direito ao disparate!

PS – Piu com este post acho que matei em definitivo qualquer réstia de N. Sparks que pudesse haver dentro de mim!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um excerto...

(...)
Tinham passado 14 anos quando deu por si a passar, novamente, naquela mesma rua.
Será que ela ainda morava na mesma casa? Pensou que seria difícil mas não seria por mera coincidência que estava ali tantos anos depois, naquela mesma rua, com aquela mesma saudade que sempre vivera consigo. A memória da voz dela fazia como um eco dentro da sua cabeça:
- não acredito em coincidências, acredito em vozes silenciosas que nos piscam o olho aqui e ali.

Sorriu e, decididamente, tocou naquela campainha que tão bem conhecia. Esperava um habitual “quem é?”, ao qual, depois de todos estes anos, continuava sem saber muito bem como responder. Mas não veio qualquer pergunta. Simplesmente a porta abriu-se e, por detrás dela, abriu-se igualmente um sorriso - um sorriso guardado para receber quem nunca partiu.
Aquele sorriso sempre fora, e continuava nitidamente a ser, a única coisa que sabia a casa…
Sorriu de volta e simplesmente disse: obrigado por teres acreditado.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

RENT

525,600 minutes, 525,000 moments so dear.
525,600 minutes - how do you measure, measure a year?
In daylights, in sunsets, in midnights, in cups of coffee.
In inches, in miles, in laughter, in strife.
In 525,600 minutes - how do you measure a year in the life?
(…)
525,600 minutes! 525,000 journeys to plan.
525,600 minutes - how can you measure the life of a woman or man?
In truths that she learned, or in times that he cried.

from Rent

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Velhos Amigos

Reencontrei uma voz que há muito não ouvia… Júlio Machado Vaz!
É impossível não partilhar:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=2403
e
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=1032


E, falando de velhos amigos, em jeito de boleia para o fim de semana:

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

March for freedom

Infelizmente não consegui colocar este post no dia 28 de Agosto. Mas não podia deixar de o fazer ainda que “atrasadamente”.

Nas palavras de Dianne Feinstein, foram precisos 46 anos para que as palavras ditas na escadaria do Lincoln Memorial atravessassem os longos relvados e fizessem eco nas paredes de uma casa que se encontra mesmo ali ao lado, uma casa pintada de branco…

Infelizmente, o Sonho ainda está longe de ser cumprido mas, pelo menos, vão sendo dados alguns passos. Não consigo deixar de os sentir como profundamente insuficientes, eu e a minha alma de Bolicao! :)

Há coisas que não se devem esquecer
http://en.wikipedia.org/wiki/March_on_Washington_for_Jobs_and_Freedom

SADE

Hoje soube uma notícia fantástica: consta que em Novembro sairá um novo álbum da SADE!
Há sons simplesmente sublimes. E, a esses, voltamos sempre - por mais que os anos passem.
Há sons que nos sabem a Casa… a uma Casa Maior….

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

How do you wear your fear?

Do you wrap it around you like a blanket?

Do you hold it way up high like a flag?

Do you walk all over it like a rug?

Do you hide it underneath the bed pretending that it does not exist?


You don’t have to answer me… just try to answer to yourself! :)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Magic shoes

6:25… a hora habitual, a rotina de todos os dias: desligar despertador, levantar, tomar banho, vestir e calçar. Naquele dia, porém, uma coisa chamou a atenção de Sofia, uma frase nas suas sapatilhas. Já tinha aquelas sapatilhas há meses mas nunca tinha reparado naquela frase, ou, pelo menos, assim se convenceu essa manhã.

Find your rhythm enjoy your run

Repetiu a frase em voz alta e, vestindo cada uma das suas palavras, partiu para o seu jogging matinal. O jogging de sempre mas com uma postura distinta, talvez fosse da frase, como gostaria de pensar, ou talvez fosse por uma outra coisa que agora não convinha recordar.
E correu, correu mais do que nunca, correu mais do que o habitual . Correu qual Forrest Gump no que mais parecia uma corrida sem fim.

Passou pelo emprego mas não subiu para trabalhar, agora não lhe parecia importante a conclusão do projecto dos últimos 8 meses.

Continuou a correr…

Passou pela casa de um antigo amante mas não subiu, para não se voltar a perder na incessante ânsia de se encontrar.

Continuou a correr…

Passou pelo apartamento onde morava mas não entrou para descansar, nem para recuperar as forças que já não tinha.

Continuou a correr…

Passou pela casa da sua mãe mas não entrou para o habitual pequeno almoço que lhe renovava a alma, preferiu continuar com ela tal qual como estava.

Continuou a correr…

Passou pela casa do seu melhor amigo mas não quis sequer ouvir a conversa de sempre.

Continuou a correr…

Até que chegou ao fim da rua, ao fim da cidade, quase que aos fim das solas dos seus magic shoes…
Não havia ninguém na rua, apenas um homem ao balcão de uma roulotte com ar quase abandonado. O velho forçou um pseudo-sorriso e perguntou: “Quer alguma coisa? Um café? Uma água?”
- Não, obrigada. O que quero mesmo são umas sapatilhas novas… de preferência mudas…
O homem abanou a cabeça com um trejeito de quem se sentia a ser gozado e virou costas.

Sofia sorriu e simplesmente pensou: Está na hora de regressar a casa!

domingo, 19 de julho de 2009

Com José Régio ao fundo da memória…

Não, não é esse o caminho.
Não é por essa calçada retorcida que vou aprender a caminhar direita.
Não são por essas pedras que me vais descobrir.
Não é pelos teus muros nem pelos teus grafitis que me vais cativar
Não é nos teus becos que me quero perder
Nem tão pouco será nas tuas vielas que me poderei um dia encontrar
O meu caminho é outro…
O meu caminho é mais além…

sábado, 18 de julho de 2009

Happy Birthday Madiba

I have walked that long road to freedom. I have tried not to falter; I have made missteps along the way. But I have discovered the secret that after climbing a great hill, one only finds that there are many more hills to climb. I have taken a moment here to rest, to steal a view of the glorious vista that surrounds me, to look back on the distance I have come. But I can only rest for a moment, for with freedom comes responsibilities, and I dare not linger, for my long walk is not ended.

Nelson Mandela

terça-feira, 14 de julho de 2009

Delírio do dia... Desabafos de uma ratazana

Estava um belo dia de sol e já não tinha restos de jeito em casa. Resolvi ir até às traseiras do mercado municipal. Quando cheguei deparei-me com uma visão celestial: por entre uma laranja bolorenta e uma maçã já semi putrefacta, estava o mais belo exemplar de roedor que meus olhos tiveram o prazer de contemplar. Pelo cinzento claro, unhas e dentes incrivelmente afiados, umas orelhinhas amorosamente delicadas, uns olhos completamente negros com um brilho ofuscante e uma longa cauda que se estendia soberana sobre um manto de folhas murchas de alface. Fiquei estática perante aquela visão esplendorosa, tanto que por pouco não escapava a uma paulada de uma vendedora que gritava:

- Fora daqui ratazana dum raio!
Sempre me irritou esta mania que os humanos têm de achar que temos todas Raio no apelido, Raio ou outras coisas piores...
Enquanto fugi para debaixo de um caixote ainda gritei:
- O meu nome é Dionísia sua humana histérica!!!

Estava então a recuperar o fôlego daquela experiência menos agradável, quando uma voz terna e ao mesmo tempo forte e segura de si me disse: “ Está bem?” - Era o assombro de roedor que tinha causado toda aquela perturbação.

- Estou sim, obrigada. - Balbuciei eu entre um tentar não parecer muito extasiada pelo brilho dos seus olhos e um tentar recompor-me daquela prova forçada de 110 m barreiras logo pela manhã. - Estes humanos estão cada vez menos compreensivos. Uma ratazana já nem pode escolher uns restitos à vontade! Mas o seu focinho não me é familiar, é nova aqui nesta zona, não é?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

What if….



Se ao menos o dia tivesse mais do que 24 horas! - dizia ela para a colega enquanto puxava as folhas da impressora numa tentativa, obviamente tosca e sem sucesso, de que estas saíssem mais rapidamente.
Do outro lado não houve qualquer resposta, apenas um encolher de ombros típico de quem acha que o tempo não se mede em segundos.




E se amanhã o teu dia tivesse mais do que as habituais míseras 24 horas?
Quedar-te-ias nas mesmas rotinas, nas mesmas corridas frenéticas para cumprir aquele prazo, para tratar daquele assunto, para despachar aquele problema?
Ou arriscarias um passo mais além? Pegar nesse tempo e fazer, verdadeiramente, algo diferente, algo outside of the box…
I wonder… do we really need more time? Or do we simply must dare to use it differently?
tic…tac…
tic…tac…
tic…tac…


quarta-feira, 8 de julho de 2009

First Steps


Para uns são as despedidas que custam, para outros, são os começos, os nascimentos, os despertares.

Um primeiro post simplesmente porque, a partir de certa altura, há uma comichão que começa como que a sair para fora da pele. Há uma dormência que deixa de ser latente e passa a ser irritantemente óbvia. E cresce… descerra-se… e explode gritando LET ME OUT!

E porque, definitivamente, o "mais ou menos" não leva ninguém a lado nenhum!