quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um excerto...

(...)
Tinham passado 14 anos quando deu por si a passar, novamente, naquela mesma rua.
Será que ela ainda morava na mesma casa? Pensou que seria difícil mas não seria por mera coincidência que estava ali tantos anos depois, naquela mesma rua, com aquela mesma saudade que sempre vivera consigo. A memória da voz dela fazia como um eco dentro da sua cabeça:
- não acredito em coincidências, acredito em vozes silenciosas que nos piscam o olho aqui e ali.

Sorriu e, decididamente, tocou naquela campainha que tão bem conhecia. Esperava um habitual “quem é?”, ao qual, depois de todos estes anos, continuava sem saber muito bem como responder. Mas não veio qualquer pergunta. Simplesmente a porta abriu-se e, por detrás dela, abriu-se igualmente um sorriso - um sorriso guardado para receber quem nunca partiu.
Aquele sorriso sempre fora, e continuava nitidamente a ser, a única coisa que sabia a casa…
Sorriu de volta e simplesmente disse: obrigado por teres acreditado.

3 comentários:

  1. Há muito que não lia algo tão perfeito.

    Obrigada por me proporcionares tal prazer.

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  2. É bom ver-te aqui! Mas não abuses nos elogios! :)

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