domingo, 25 de outubro de 2009

Mini crónica sobre a inSÓnia

De acordo com estudos recentes, 6 em cada 10 Portugueses sofrem de insónias esporádicas. Pior ainda, 2 em cada 10 sofre de insónias recorrentes. Estes resultados não causam grande surpresa, aliás, estão em sintonia com outros números nacionais como sejam a produtividade nacional ou certos resultados eleitorais.

As insónias são, pois, um mal nacional, um verdadeiro vírus em constante propagação. Falando por experiência própria, sempre associei a insónia ao silêncio. Não a um silêncio pacífico ou desejado, nem tão pouco aqueles silêncios cúmplices e partilhados com uma peculiar familiaridade. Aqui, na insónia, não há um silêncio tranquilo mas antes uma solidão sufocante, um autêntico desassossego no vazio.

E, é nesse vazio, nesse aperto da ausência de sono, que surgem tantas vezes ideias novas, como que salpicadas pela inquietude típica de quem não consegue dormir. As insónias são fontes de criatividade, rasgos de génio ou, na maioria dos casos, meros delírios e inquietações em cadeia, uns após outros, numa sucessão infindável de turbulências.

A pergunta é inevitável, onde nos podemos esconder quando até o sono nos foge?

2 comentários:

  1. O problema é não nos conseguirmos esconder desse sofucante, só e desassossegado silêncio que nos entope a alma e nos rouba o ar. O medo chama-lhe um figo. Todos os fantasmas vêm dançar. E só o dia, os raios de sol, parecem trazer a calma necessária para, exausta, adormecer.

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  2. "nos entope a alma e nos rouba o ar" adorei!!! Sem dúvida... os fantasmas adoram dançar ao som do medo! :)

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