domingo, 18 de março de 2012

Sabes...

Sabes… vou-te dizer algo que nunca te disse… vou-te sussurrar a verdade que tanto procuras, a verdade que sabemos não consegues suportar, mas que pedes insistentemente. Sabes porque me irrito contigo? Sabes porque me irrito quanto me tocas, quando sussurras o meu nome num suspiro junto ao meu ouvido?  Porque me lembras que não és ela, porque me lembras que não é o toque dela mas sim o teu que se enreda no meu pescoço, porque é a tua voz e não a dela que tenta chegar até mim… e por isso nunca te vou conseguir perdoar. Será que consegues compreender porquê? É doentio, eu sei… sei bem demais… mas é a verdade, e a verdade é o que me pediste quando me olhaste nos olhos naquela meia tarde de calor e frio: o teu calor, o meu frio. O teu toque, o meu afastamento. A tua paixão, a minha raiva… não és tu, por ti, percebes? És tu no que me lembras que não és, és tu naquilo que não és ela… e isso, por si só, é tudo o que basta para me irritar, para me afastar de ti, para me fazer gelar face ao toque da tua mão. Porque tu não és ela, porque nunca ninguém será como ela, e é por isso, precisamente por isso, que eu não sei mais por onde caminhar.  Tivesse eu outra força, tivesse eu outra pele, e deixar-me-ia levar por ti, pela tua paixão, e talvez até conseguisse esquecer, por um momento, por uma noite, por um mês… mas não mais do que isso… porque eu nunca consigo esquecer por muito tempo, percebes? Porque não há maneira de eu ser tua, porque eu serei sempre dela, percebes?

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