Ontem, embalada por uma excelente conversa com uma amiga, daquelas conversas que sabemos que ficam guardadas no baú das memórias boas, veio ao de cima uma outra memória – esta já não sei qualificar, se como sendo boa, ou má, ou assim-assim.
Há coisa de um mês resolvi revisitar Camus, parecia que me estava a chamar cada vez que passava frente à estante do corredor. Peguei nele, folheei e voltei a ler passagens sempre familiares, ainda que não lidas desde 2000. Pelo meio, encontrei um papel com um número de telefone e um nome - daqueles que nos arrepiam por dentro. Ora porque deu vontade de ligar, ora porque o tempo é cretino e distorce a memória, ora porque, por mais anos que passem, há sempre pessoas que nos fazem bater o coração como se tivéssemos 16 anos – nem que seja só a ler o seu nome num velho pedaço de papel….
Fechei o livro e deixei por lá o papel, tal qual como o encontrei. Vá-se lá saber porquê, achei por bem pô-lo na página 131: “E era como se batesse quatro breves pancadas, à porta da desgraça.”
Há portas onde é melhor não bater…
Adorei este teu post, acho que tens toda a razão. Feliz ou infelizmente todos nós à medida que o tempo vai passando vamos revisitando pessoas, umas mais fáceis, outras menos...
ResponderEliminarO que normalmente me acontece é que eu tenho lugares e bandas sonoras para determinadas pessoas, quando uma ou outra acontece é calmito, "bate" realmente forte quando uma musica começa a tocar e eu estou num desses lugares... e aí... aí custa, aí é difícil avançar, aí é muito difícil não olhar para trás e tentar ver o que perdemos... ainda que só na nossa imaginação aquilo fosse verdade... é difícil avançar.
Sim, tens razão, a banda sonora "mental" é peça chave nestas revisitações!
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